sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Pedagogia do Conflito segundo Gadotti

Olá pessoal, essa semana pensei muito em postar algo aqui, então aproveitei o final de semana para postar uma novidade, na verdade gostaria de sugerir a leitura de um livro. Estou lendo um livro de Moacir Gadotti, que tem como título: Educação e Poder, introdução à Pedagogia do Conflito.

Fiquei super empolgada com a leitura e mais motivada quando percebi a relação tão evidente com o meu blog, não resisti e resolvi postar essa citação super pertinente ao ideal de educação de Paulo Freire, com as contribuições de Gadotti.
"A história da educação brasileira é a história da educação do colonizador. A pedagogia do colonizador forma gente submissa, obediente ao autoritarismo do colonizador. Nessa pedagogia, o educador tem por função policiar a educação para que não se desvie da ideologia do dominador.
Numa pedagogia oposta à pedagogia do colonizador (que na falta de melhor expressão chamamos de pedagogia do conflito), o educador reassume a sua educação e seu papel eminentemente crítico: à construção (opressor-oprimido, por exemplo) ele acrescenta a consciência da contradição, forma gente insubmissa, desobediente, capaz de assumir a sua autonomia e participar na construção de uma sociedade mais livre."*
O livro aborda questões sobre o capitalismo tão discutido por Marx, fala dos aparelhos ideológicos de Althusser do Estado, da educação passiva a fim de docializar a sociedade segundo Foucault, questiona sobre a educação para classes (opressor-oprimido), a educação é um ato político , a importância do ensino de filosofia nas escolas, mas não uma filosofia ideológica e sim uma filosofia ativa, que propague o descontentamento, a desobediência, pois então, fica aqui minha sugestão de leitura.

"O ato educativo é essencialmente político. [...] Ou fazemos uma pedagogia do oprimido ou fazemos uma pedagogia contra ele."*


*GADOTTI, Moacir. Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. São Paulo, ed. Cortez: autores associados, 1982.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Eu tô aqui Pra quê? Será que é pra aprender?

Achei super interessante o clipe da música: Estudo errado de Gabriel, o pensador. A música representa a angustia que muitos de nós passamos no período da escola, em relação a propostas de alguns conteúdos, a relação da educação bancária segundo Paulo Freire, ao método tradicional e principalmente a questão da educação para o sujeito não crítico-reflexivo. Relate aqui suas angustias e frustações!


Método Freiriano como Prática de emancipação

Para Gadotti, o professor caminha lado a lado com a transformação da sociedade, não é um ente abstrato, ausente, mas uma presença atuante, participante e "dirigente", que organiza, concretiza a ideologia da classe que representa esperança. 
Logo educar é tratar sobre a organização, modo de vida justo e digno para o ser humano, respeitando a cultura, ideologia, e outros aspectos dessa espécie.
A partir da educação para liberdade, popular, para autonomia do sujeito, Paulo freire desenvolve um "método" de alfabetização que consiste na prática do diálogo e do respeito ao sujeito histórico- sujeito atuante social, que através de suas vivências conquistou conhecimentos que por não serem adquiridos nos modelos formais de educação: escolas e universidades, são desvalorizados.
Tendo como ponto de partida o conhecimento de "senso comum", de vivências e experimentações da realidade do educando, Paulo Freire utiliza palavras do contidiano (palavras geradoras) dos educandos para alfabetizá-los.
Paulo Freire criticava o processo de alfabetização pela Cartilha, pois as cartilhas ensinavam pelo método de repetição de palavras soltas e frases prontas.

Escola, aparelho ideológico do Estado?

Segundo a Teoria de Althusser, existem mecanismos sociais com especificas ideologias de repressão. Temos como aparelho ideológico do Estado: A igreja, escola, família e outras instituições. Séculos atrás tínhamos como principal aparelho ideológico a Igreja, que através de suas ideologias exercia grande representação social.

“Acreditamos, portanto ter boas razões para afirmar que, por trás dos jogos de seu Aparelho Ideológico de Estado político, que ocupava o primeiro plano do palco, a burguesia estabeleceu como seu aparelho de Estado n° 1, e, portanto dominante, o aparelho escolar, que, na realidade, substitui o antigo aparelho ideológico de Estado dominante, a Igreja, em suas funções. Podemos acrescentar: o par Escola–Família substitui o par Igreja–Família.”(ALTHUSSER, L. Aparelhos Ideológicos de Estado, p. 78).

Para romper com essa triste realidade opressora, surgem movimentos na educação para promover a liberdade, autonomia ao educando. Surge então em 1960 a Educação Popular, idealizada pelo educador Paulo Freire. A educação popular tem como objetivo conscientizar às vítimas de desigualdades sociais e culturais a emancipação social, cultural e política.

Com certeza educar é um ato político! O ato de educar não é neutro. Ou o educador ele trabalha com seus alunos no sentido de desenvolver-lhes o senso crítico questionando, criticando, buscando mudanças para o que está aí posto socialmente ou ele passa para seus alunos a idéia de que está tudo bem, tudo certo e trabalha numa perspectiva da alienação, mantendo a sociedade do jeito que ela está.